Por: Rodrigo Rocha
11/02/2025
Nos últimos tempos, a pergunta “airfryer é cancerígena?” tem gerado muitas dúvidas. Com a popularidade crescente das fritadeiras elétricas, muitos usuários começaram a questionar se o uso frequente desse aparelho pode trazer riscos para a saúde, especialmente em relação à formação de substâncias potencialmente perigosas, como a acrilamida.
Mas será que há motivo para preocupação? Vamos entender melhor o funcionamento da airfryer, o que é acrilamida e como você pode se prevenir para consumir alimentos de forma segura.
A resposta direta é: não, a Airfryer não é cancerígena por si só. Segundo o físico Francisco Guimar, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), o processo de aquecimento utilizado na Airfryer não altera a composição dos alimentos de forma a torná-los cancerígenos.
Contudo, a questão está relacionada a uma substância chamada acrilamida, que pode ser formada durante o preparo de alguns alimentos, principalmente os ricos em amido, como batatas e pães, quando submetidos a altas temperaturas.
A nutricionista Beatriz Tenuta, do Centro Universitário São Camilo, reforça que, do ponto de vista da saúde, o uso da airfryer é mais benéfico do que as fritadeiras convencionais, já que o aparelho permite preparar alimentos sem a necessidade de óleo, reduzindo o consumo de gorduras.
A Airfryer funciona como um forno de convecção em miniatura. O aparelho utiliza uma resistência elétrica para aquecer o ar, ele circula em alta velocidade por um ventilador interno. Esse ar quente envolve o alimento de maneira uniforme, deixando-o crocante por fora e macio por dentro.
A vantagem da Airfryer é que ela proporciona uma textura semelhante à da fritura tradicional, mas sem a necessidade de óleo. Isso a torna uma opção muito mais saudável para quem busca reduzir o consumo de gorduras no dia a dia. Como explicou Francisco Guimar, o processo é semelhante ao que ocorre em fornos profissionais de restaurantes, só que em uma escala menor e mais prática para uso doméstico.
A acrilamida é uma substância química que pode ser formada em alimentos ricos em carboidratos quando são submetidos a altas temperaturas (acima de 120 ºC). Esse processo é conhecido como reação de Maillard, que também é responsável por deixar os alimentos douradinhos e saborosos.
De acordo com a engenheira de alimentos Adriana Pavesi, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a acrilamida ocorre quando açúcares simples, como glicose e frutose, reagem com o aminoácido asparagina presente em alimentos como batatas, pães e cereais. Embora a acrilamida tenha potencial carcinogênico em testes com animais, ainda não há consenso científico sobre seus efeitos em humanos.
Adriana Pavesi explica que a acrilamida pode causar efeitos neurotóxicos e tem potencial para provocar câncer em animais de laboratório. Porém, os níveis encontrados na dieta humana comum não são considerados suficientes para causar danos comprovados.
Ainda assim, é importante ficar atento e reduzir a exposição à acrilamida sempre que possível. Isso não significa parar de usar a airfryer, mas sim adotar algumas práticas para minimizar a formação dessa substância durante o preparo dos alimentos.
Você pode tomar algumas medidas simples para evitar a formação excessiva de acrilamida nos alimentos preparados na Airfryer:
Além disso, variar o cardápio, incluindo mais alimentos que não formam acrilamida, como carnes, vegetais e frutas é outra excelente dica.
A acrilamida não é exclusiva da Airfryer. Ela pode ser formada em qualquer método de cozimento que utilize altas temperaturas, como forno, fritura tradicional, churrasqueira e até no micro-ondas. Portanto, não é o aparelho que representa o risco, mas sim o tipo de alimento e a forma como ele é preparado.
O uso correto da Airfryer, aliado a algumas práticas de redução da acrilamida, torna o aparelho seguro e uma ótima opção para preparar alimentos de maneira saudável.
Se você quer aproveitar a Airfryer de forma segura e saudável, aqui estão algumas sugestões de alimentos que não formam acrilamida em níveis preocupantes:
Além disso, receitas mais leves, como pão de queijo, bolos caseiros e chips de vegetais, são ótimas opções para você fazer na sua airfryer.
Embora a airfryer ofereça muitos benefícios, como a redução no consumo de óleo, há algumas desvantagens a considerar:
Ainda assim, esses pontos são facilmente contornáveis com algumas adaptações e práticas de uso.
O principal risco está relacionado à formação de acrilamida em alimentos ricos em amido. Seguir boas práticas de preparo minimiza esse risco.
Especialistas como Francisco Guimar e Beatriz Tenuta afirmam que a Airfryer é segura e uma alternativa mais saudável à fritura tradicional.
Batatas, pães, biscoitos e cereais são os principais alimentos que podem liberar acrilamida quando aquecidos em altas temperaturas.
Alimentos que ficam muito escuros durante o cozimento são mais propensos a conter acrilamida. Prefira preparações mais claras.
Não. A Airfryer não utiliza radiação, mas sim calor e circulação de ar para preparar os alimentos.
Quando usada corretamente, a airfryer não representa perigo. O cuidado deve ser com a limpeza para evitar o acúmulo de bactérias, além da formação de acrilamida em alimentos ricos em amido.
Embora existam estudos que apontem a formação de substâncias como a acrilamida em alimentos fritos ou assados, isso não significa que a Airfryer seja cancerígena por si só. O risco está mais relacionado ao tipo de alimento, ao tempo e à temperatura de preparo. Usando a Airfryer de forma adequada, você pode aproveitar refeições saborosas sem grandes preocupações.
A chave para cozinhar com segurança é variar os alimentos e evitar o excesso de frituras, mesmo as feitas na Airfryer. Combine o uso do aparelho com uma alimentação balanceada e saudável. Lembre-se: informação e moderação são as melhores formas de cuidar da sua saúde e aproveitar ao máximo os benefícios que a tecnologia oferece.